sábado, 28 de março de 2009

Função e composição do sangue

Se fizéssemos uma viagem pelo sangue, chegaríamos a todas as células do corpo. O sangue não pára: está o tempo todo em movimento.
Dia e noite, o sangue está levando oxigênio e nutrientes para todas as células o corpo e recolhendo gás carbônico e outros resíduos que o corpo precisa eliminar. O sangue também transporta os hormônios que controlam nosso crescimento e outros órgãos. A água encontrada no sangue lubrifica as células para que elas possam trabalhar melhor. O sangue contém elementos especiais que fecham os cortes da pele, formando coágulos e impedindo a continuidade dos sangramentos e outros que combatem infecções provocadas por vírus e bactérias. Além disso tudo, o sangue ajuda a controlar a temperatura do corpo, absorvendo calor e de órgãos como o fígado e o coração.
Para cumprir todas essas tarefas, existem no sangue estruturas responsáveis por determinadas funções.

De que é formado o sangue?
Mais da metade do sangue, cerca de 55% é formado por plasma, um líquido amarelado que contém água, nutrientes e outras substâncias. Além do plasma, o sangue tem componentes sólidos, genericamente chamados de elementos figurados de três tipos: glóbulos vermelhos (também chamados de hemácias ou eritrócitos), glóbulos brancos (também chamados de leucócitos) e plaquetas

O plasma
O plasma contém aproximadamente 90% de água e uma enorme variedade de substâncias químicas dissolvidas: proteínas, glicose, lipídios, sais minerais, íons, vitaminas, aminoácidos, anticorpos, hormônios, gases respiratórios, produtos de excreção etc.
É no plasma que estão mergulhados os elementos figurados do sangue.

Glóbulos vermelhos
Os glóbulos vermelhos ou hemácias ou eritrócitos são células anucleadas, com forma de pequenos discos e uma cavidade de cada lado.
O formato bicôncavo das hemácias é devido à organização e distribuição das moléculas de proteínas e notadamente de hemoglobina no seu interior, que se mantém homogeneamente distribuída nas proximidades de sua membrana plasmática, tornando o processo de “fixação” do oxigênio e de “descarte” do gás carbônico altamente eficientes. As hemácias são, portanto, células especializadas no transporte de gases. Com esses dois gases, a hemoglobina forma compostos instáveis, istoó, pode recebe-los e doa-los facilmente. Temos então:
Hemoglobina + O2 Oxiemoglobina = instável
Hemoglobina + CO2 Carboemoglobina = instável
A hemoglobina pode se ligar ao monóxido de carbono (CO), formando um composto estável e ficando bloqueada para o transporte de gases respiratórios, o que pode levar o indivíduo à morte por asfixia.

Hemoglobina + CO Carbo-hemoglobina = estável

As hemácias são muito pequenas e numerosas. Esse número pode variar, dependendo do sexo, de anemias e também de altitude. Taxas de hemácias abaixo das quantidades normais são indicadores de anemia.
A falta de glóbulos vermelhos por carência de ferro causa a anemia ferropriva, enquanto a deficiência de vitamina B12 po de causar anemia perniciosa.
As hemáceas são produzidas no interior dos ossos, a partir das células da medula óssea vermelha, e permanecem cerca de 120 dias em circulação. Ao fim desse período estão deformadas e incapazes de transportar gases. Quando isso acontece, elas são destruídas no baço e no fígado, e parte de seu conteúdo é usado na produção de novas hemáceas e da bile.

Glóbulos brancos ou leucócitos
Os glóbulos brancos formam um verdadeiro exército contra os microrganismos invasores e contra qualquer substância estranha que penetre em nosso organismo. Eles também “limpam” o corpo destruindo células mortas e restos de tecidos.
São maiores e menos numerosos que as hemáceas. O aumento de leucócitos é indício de infecção.

Os leucócitos e a defesa do organismo
Alguns leucócitos são capazes de realizar a diapedese, atravessando as finas paredes dos capilares e, assim, passarem de um tecido onde bactérias estão instaladas, causando um processo infeccioso. Estes então e digerem tais bactérias, destruindo-as, processo chamado fagocitose.
Para realiza a fagocitose, o leucócito modifica sua forma: regiões do leucócito se estendem para alcançar o invasor, formando espécies de “falsos pés”, cujo nome é de pseudópode. Uma vez fagocitado, o invasor é destruído no interior do leucócito.
Muitos leucócitos podem morrer nessa batalha, vítimas de toxinas liberadas pelos microrganismos. Quando isso ocorre, surge o pus, que é formado por aglomerados de leucócitos e fragmentos de células mortas.
Outro tipo de leucócito tem como principal função a produção de anticorpos. Assim, adquirimos certa imunidade contra muitas doenças, ou seja, podemos reconhecer e defender prontamente quando o mesmo tipo de micróbio nos atacar outra vez.

As plaquetas ou trombócitos
São fragmentos esféricos ou achatados de células formadas na medula óssea vermelha.
As plaquetas ajudam o sangue a coagular quando há um ferimento. Elas participam de uma complicada série de reações químicas que acontecem no local do ferimento. As células lesadas liberam substâncias que reagem em certas substâncias químicas do plasma. Uma proteína dissolvida no plasma, o fibrogênio, é rapidamente convertida em longos filamentos de fibrina que formam uma rede que prende as células sanguíneas, as plaquetas e outras substâncias. Em seguida, os filamentos de fibrina se encurtam formando um coágulo de sangue que pára o sangramento, dando início à fase de cicatrização.

Mecanismo de formação da urina

Cada rim humano tem cerca de 200 a 300g, possui uma borda convexa e outra côncava, é nesta que se encontra o hilo, região que contêm os vasos sangüíneos, nervos e cálices renais.
O rim é revestido por uma cápsula de tecido conjuntivo denso frouxo ligada ao parênquima renal, a cápsula renal.

Néfrons
Cada rim humano contém cerca de 1,5 milhão de néfrons.
Os néfrons são classificados quanto sua localização em: corticais (situados na porção externa da zona cortical); medicorticais (situados na parte interna da zona cortical) e justamedulares (situados na zona de transição entre as zonas corticais e medular). Cada néfron é formado pelo corpúsculo renal e uma estrutura tubular. O corpúsculo renal compreende o glomérulo e sua cápsula chamada cápsula de Bowman, uma porção oca do néfron que circunda o glomérulo .

A formação da urina – líquido de excreção que se forma no interior do rim – obedece a duas etapas:
· Filtração glomerular
A pressão desenvolvida pelo plasma sanguíneo no interior dos capilares do glomérulo de Malpighi é suficiente para que um quinto do plasma se extravase para a cápsula de Bowman. Esse fenômeno denomina-se filtração glomerular, e ao líquido que extravasa dá-se o nome de filtrado.
Calcula-se que, todos os néfrons, cerca de 120 mililitros de plasma extravasam por minuto, o que corresponde à formação de 7 litros de filtrado por hora. É evidente que a maior parte do filtrado deve retornar ao sangue, pois, do contrário, o indivíduo morreria em curto período de tempo.
A análise química do filtrado presente no interior da cápsula de Bowman revela que ele não contém células sanguíneas nem macromoléculas, tais como proteínas de alto peso molecular. O filtrado contém moléculas relativamente pequenas, passíveis d filtração dos glomérulos. Assim, apresenta em sua constituição: água, sais diversos, aminoácidos, vitaminas, gliceróis, ácidos graxos, uréia, ácido úrico e outras substâncias.
Como você deve ter percebido, existem no filtrado diversas substâncias que devem ser recuperadas pelo sangue, e outras, tais como uréia, que devem ser expulsas para o exterior através da urina. Dessa maneira, o filtrado passa as cápsula Bowman para o interior do túbulo contorcido proximal, onde se inicia a reabsorção renal, isto é, o retorno ao sangue das substâncias úteis.
· Reabsorção renal
É imprescindível que o sangue recupere a maior parte de seus componentes extravasados na filtração glomerular. Assim, a arteríola eferente – isto é, a arteríola que emerge da cápsula de Bowman – envolve os túbulos renais, capturando os nutrientes úteis ao organismo que se encontram no filtrado. A esse processo dá-se o nome de reabsorção renal.
No túbulo proximal, cerca de 85% da água presente no filtrado retorna ao sangue. Moléculas de glicose, aminoácidos e vitaminas, entre outras substâncias, retornam os capilares sanguíneos em grande parte através de um mecanismo de transporte ativo, ou seja, com gasto de energia. As células que compõem o túbulo proximal despendem grande quantidade de energia no processo de reabsorção dessas substâncias. Se houver excesso de glicose e outros nutrientes no filtrado, a absorção ocorre de forma incompleta. Isso significa que parte dessas substâncias se mantém no filtrado e é expelida com urina.
Na alça néfrica, em sua porção ascendente, verifica-se uma absorção acentuada de Na+, por transporte ativo. Seguindo o gradiente elétrico, ocorre um considerável fluxo de Cl- do filtrado para o sangue. Assim, o sangue readquire uma razoável quantidade de NaCl, fazendo com que a concentração do filtrado, ao atingir o túbulo distal, seja hipotônica em relação ao sangue.
Assim, no túbulo distal, com o sangue mais concentrado, deve ocorrer um fluxo osmótico de água para o interior dos capilares sanguíneos. Acontece que a permeabilidade da parede do túbulo distal depende da presença de ADH, isto é, um hormônio antidiurético. Esse hormônio, que é produzido no hipotálamo cerebral e armazenado liberado pela neuroipófise no sangue, tem a propriedade de aumentar a permeabilidade do túbulo distal e, assim, determinar maior reabsorção de água.
Em situação em que a ingestão de água é muito baixa, a neuroipófise promove grande liberação de ADH no sangue. Disso resulta uma alta reabsorção de água no túbulo distal, uma vez que suas paredes tem a permeabilidade aumentada. Em conseqüência, a urina se torna escassa e concentrada, determinando, assim, acentuada economia hídrica para o indivíduo. Em situação inversa, isto é, quando a ingestão de líquido é alta, a liberação de ADH no sangue diminui, acarretando uma baixa reabsorção de água no túbulo distal e a formação de urina volumosa e diluída.
O líquido que resta no interior do túbulo distal passa, então, para o interior dos túbulos coletores, onde a reabsorção de água continua. Após a reabsorção da água restante, o líquido presente no túbulo coletor constitui a urina. Dos 120ml/min de filtrado extravasado nas cápsulas de Bowman, resta apenas cerca de 1ml/min de urina no túbulo coletor. Isso indica que mais de 99% do plasma extravasado é reabsorvido pelo sangue, o que dá uma idéia de impressionante atividade das células componentes dos néfrons.
Resumo da principais contribuições dos diferentes segmentos do néfron na regulação dos solutos e água:
- Glomérulo: formação do ultrafiltrado plasmático.
- Túbulo proximal: reabsorção de 80% de água filtrada; reabsorção de 70% do Na+ filtrado; reabsorção de potássio, bicarbonato, fosfato, magnésio, uréia e ácido úrico; reabsorção total de glicose (tipicamente por um processo acoplado ao gradiente de Na+)e aminoácidos filtrados; secreção ativa de H+, que livra o organismo de sua produção diária de ácidos fixos e recupera o bicarbonato filtrado que será convertido em CO2, que se difunde novamente para os capilares peritubulares.
- Alça de Henle:
ramo descendente; reabsorção de água; secreção passiva de sais e uréia.
ramo ascendente: impermeável à água; elevada reabsorção de sais; segmento responsável pela regulação e excreção renal de magnésio.
- Túbulo Distal convoluto: reabsorção de pequena fração do Na+ filtrado; segmento responsável pela regulação e excreção renal de cálcio.
- Ducto Coletor: reabsorção de NaCl; sem ADH - impermeável à água, dilui a urina; com ADH - permeável à água, concentra a urina; secreta hidrogênio e amônia.
coletor cortical: secreta potássio, sendo a principal fonte do potássio urinário.
coletor medular: reabsorve ou secreta potássio, dependendo da situação metabólica; reabsorve uréia.
Qual é o conteúdo da urina?
Cerca de 90% da urina é água. Outras substâncias dependem da dieta, podendo ser: ácido fosfórico, uréia, sódio, cloro, potássio, ácido úrico.

domingo, 22 de março de 2009

Sistema circulatório – grande e pequena circulação

As trocas gasosas com a ambiente são feitas nos pulmões. É aí que o corpo absorve o oxigênio e elimina o gás carbônico. Mas a oxidação (transformações químicas que consomem o oxigênio combinando-o com outras substâncias) dos alimentos ocorre por todo o corpo. Portanto o oxigênio precisa ser levado dos pulmões para todas as células. O contrário acontece com o gás carbônico, que precisa ser transportado das várias partes do corpo para os pulmões e assim ser eliminado.
O sistema circulatório humano compreende a circulação sanguínea e a circulação linfática.
O sistema circulatório humano, podemos observar que ele se compõe de três partes fundamentais: sangue, vasos sanguíneos e o coração.
O sangue rico em oxigênio é chamado de arterial e o sangue rico em gás carbônico é chamado de sangue venoso.
Como o sangue só circula pelos vasos sanguíneos, a circulação humana é definida como fechada.
O sangue é constituído pelo plasma, glóbulos vermelhos e os glóbulos brancos.
Existem três tipos de vasos sanguíneos: artérias, veias e capilares.
O coração humano está dividido em quatro partes ou cavidades: duas cavidades na parte superior – átrios – e duas na parte inferior – ventrículos.
A circulação é dupla no homem.
Nosso coração bombeia sangue para todas as partes do corpo.
Existem dois circuitos principais de distribuição de sangue: um deles conecta o coração com os pulmões – é a pequena circulação ou circulação pulmonar – e o outro circuito manda o sangue para todo o organismo e o recebe de volta – é a grande circulação ou circulação sistêmica. Por isso se diz que nossa circulação é dupla.
Na pequena circulação, o sangue venoso do ventrículo direito e bombeado para as artérias pulmonares pela sístole ventricular. Desta maneira, este sangue atinge os capilares dos pulmões onde ocorrem as trocas gasosas. Daí, agora arterial, ele retorna ao coração pelas veias pulmonares, chegando ao átrio esquerdo.
Na grande circulação, o sangue arterial do ventrículo esquerdo é bombeado para a artéria aorta pela sístole ventricular. Desta maneira, este sangue atinge os capilares dos tecidos de todo o organismo, onde ocorrem as trocas gasosas e metabólicas. Daí, agora venoso, ele retorna ao coração pelas veias cavas superiores e inferiores, chegando ao átrio direito.

Função e composição dos ossos

Os ossos dão estrutura, comprimento e forma ao nosso corpo.
Chama-se esqueleto o conjunto articulado de todos os ossos que sustentam nosso corpo.
É o esqueleto que, por meio de um complexo de sistema de alavancas, possibilita ao nosso corpo desempenhar uma grande variedade de funções.
São funções do esqueleto:
· Manter a forma do corpo e dar-lhe sustentação.
· Proteger órgãos e tecidos.
· Fixar músculos e dar-lhes apoio, permitindo a movimentação.
· Servir como reserva de minerais, principalmente cálcio e fósforo.
· No interior de muitos ossos, encontra-se a medula óssea vermelha, formada por um tecido que produz células sanguíneas como hemáceas, muitos leucócitos e plaquetas.
Um bebê ao nascer possui cerca de trezentos ossos. Na fase adulta, os ossos se fundem e passamos a ter duzentos e seis ossos.
Exemplos de ossos: frontal, glabela, nasal, orbital, maxilar, mandíbula, vômer, cometo inferior, malar, septo nasal, temporal, parietal, escápula, esterno, costelas, coluna,rádio, ilíaco, carpos, fêmur patela, tíbia, tarsos, etc.
Os ossos são variados e adaptam-se bem às funções que desempenham. Ossos dos braços e pernas são longos, funcionando como alavancas, fazendo diversas partes do nosso corpo levantarem-se e abaixarem-se. Os ossos do crânio são chatos, com pequena espessura em relação à largura e ao comprimento, servindo como estrutura de proteção. Os ossos das mãos e dos pés são curtos, apresentando a largura, o comprimento e a praticamente iguais.
Divide-se o esqueleto humano em:
· Cabeça – identificamos o crânio e a face. O crânio é formado por ossos achatados e curvos, firmemente encaixados uns aos outros, formando uma espécie de caixa que protege o encéfalo e a maioria dos órgãos dos sentidos. Os ossos da face são todos irregulares. Assim, como no crânio, eles também estão firmemente encaixados com exceção da mandíbula, único osso móvel da cabeça.
· Tronco – formado pela coluna vertebral e pela caixa torácica.
O tronco e a cabeça formam o esqueleto axial.
· Membros – dividem-se em superiores e inferiores. Os membros superiores são formados pelos ossos do ombro, do baço, antebraço e mão. Os membros inferiores são formados pelo quadril, coxa, perna e pé.
Tecidos formadores dos ossos
Os ossos são órgãos formados por alguns tecidos diferentes (sanguineo, adiposo, cartilaginoso, ósseo), dos quais o mais importante é o tecido ósseo.
O tecido ósseo é formado por células denominadas osteócitos que ficam dentro de pequenas cavidades denominadas osteoplastos, mergulhadas na matriz óssea. Essa é formada por substância intercelular rica em cálcio e fósforo e parte orgânica protéica cujo componente mais abundante é o colágeno.
Os osteoplastos se comunicam uns com os outros por meio de finíssimos canais. Estes estão em contato com canais maiores – os canais centrais – por onde passam capilares que levam sangue contendo água, alimentos e oxigênio para os esteócitos, e deles retiram gás carbônico e outras substâncias inúteis.
Podemos encontrar nos ossos duas classes de tecidos:
· Tecido ósseo esponjoso – encontra-se nas extremidades dos ossos longos e sua substância intercelular apresenta cavidades. No interior dessas cavidades, encontramos a medula óssea vermelha, assim chamada por produzir glóbulos vermelhos, alguns glóbulos brancos e plaquetas.
· Tecido ósseo compacto – constituído por substância compacta e forma a parte tubular e alongada dos ossos longos. Nesse tecido, encontramos os pequenos canais centrais por onde passam vasos sanguineos.
Conhecendo melhor a estrutura de um osso
Externamente observamos duas regiões num osso longo: as epífises – extremidades dilatadas – e a diáfise – “corpo” do osso, situada entre as epífises.
Observando internamente um osso longo, podemos identificar algumas camadas:
· Medula óssea – uma parte é vermelha e a outra é amarela. A medula óssea vermelha, que fabrica os glóbulos vermelhos, brancos e plaquetas, localiza-se nas extremidades dos ossos longos. A medula óssea amarela ou tutano apresenta gelatinoso e amarelado, correspondendo a um depósito de gordura que fica dentro da diáfise.
· Periósteo membrana fina e resistente que envolve osso, exceto, nas junções. Apresenta muitos vasos sanguíneos e nervos, que penetram nas outras camadas e se ramificam.
· Tecido ósseo compacto – forma uma espécie de capa rígida. Nervos e vasos sanguíneos entram por pequenos orifícios na superfície.
· Tecido ósseo esponjoso – com numerosas cavidades nos ossos longos, esse tecido é encontrado nas epífises. Nos osso curtos e chatos, encontra-se na zona central.

sábado, 21 de março de 2009

O caminho do alimento, principais enzimas digestórias e suas formas de ação

Na boca, o alimento é triturado pelos dentes, umedecido pela saliva e misturado pela língua. A saliva é produzida pelos três pares de glândulas salivares. A saliva tem a enzima ptialina ou amilase salivar, que inicia a quebra” do amido. Após a mastigação, forma-se o bolo alimentar.
O alimento é engolido: a língua empurra o alimento, que passa pela faringe e cai no esôfago.
O esôfago conduz o alimento para o estômago (movimento peristáltico). Se tudo correr bem, em menos de dez segundos, ele chega ao estômago.
O alimento fica algumas horas no estômago. Durante esse tempo, ele é amassado e revolvido, recebendo o suco gástrico, que é produzido nas células estomacais. O suco gástrico é um líquido formado por enzimas digestórias e ácido clorídrico. Sua principal enzima é a pepsina, que atua sobre as proteínas.
Aos poucos, o alimento passa para o intestino delgado. Ele tem consistência pastosa e chama-se quimo. Pequenas quantidades de quimo são regularmente “esguichadas” do estômago através da válvula pilórica.
É no intestino delgado que acontece a maior parte da digestão, devido à ação conjunta de três sucos digestórios: o suco pancreático, o suco intestinal (ou entérico) e a bile.
O suco pancreático e o suco intestinal contêm enzimas que atuam na digestão de glicídios, de lipídios e de proteínas.
Embora a bile (produzida pelo fígado) não contenha enzimas digestórias, ela é importante porque emulsiona as gorduras – a bile atua como um detergente, transforma gotas em gotículas.
Ao longo de seus pouco mais de seis metros de comprimento, ocorrem as transformações finais da digestão e a absorção dos nutrientes.
A parte dos alimentos que não foi absorvida passa para o intestino grosso, onde ocorre a absorção da água que estava misturada ao alimento e se formam as fezes.
As fezes são eliminadas pelo ânus.
O suco pancreático e o suco intestinal, também chamado entérico, contêm enzimas que atuam na digestão de glicídios, lipídios e proteínas, concluindo o processo digestório.
A bile produzida pelo fígado e secretada pela vesícula biliar não contém enzimas. Entretanto, é ela que permite a eficiente ação das enzimas que digerem os lipídios, porque a função principal da bile é emulsionar as gorduras, atuando como um detergente. Desta maneira, gotas de óleos e gorduras são transformadas e minúsculas gotículas.
O intestino delgado tem algumas adaptações que facilitam a absorção de nutriente. Sua superfície interna possui dobras, chamadas vilosidades, em toda a sua extensão. As vilosidades, por sua vez, tem suas próprias estruturas em forma de dedos microscópicos – as microvilosidades – , que ampliam muito a superfície intestinal, aumentando a eficiência da absorção de nutrientes.
As principais enzimas digestórias e suas formas de ação:
Suco digestório: Saliva
Local de produção:Glândulas salivares
Local de ação: Boca
Principais enzimas:Ptialina ou amilase
Substratos: Amido
Produtos: Maltose
Suco digestório: Suco gástrico
Local de produção: Glândulas gástricas
Local de ação: Estômago
Principais enzimas: Pepsina
Substratos: Proteínas
Produtos: Proteoses e peptonas
Suco digestório: Suco entérico
Local de produção: Glândulas intestinais
Local de ação: Intestino delgado
Principais enzimas: Lípase entérica
Substratos: Lipídios
Produtos:Ácidos graxos e glicerol
Principais enzimas: Maltase
Substratos: Maltose
Produtos: Glicose
Principais enzimas: Sacarose
Substratos: Sacarose
Produtos:Glicose e frutose
Principais enzimas: Lactose
Substratos: Lactose
Produtos:Glicose e galactose
Suco digestório: Suco pancreático
Local de produção: Pâncreas
Local de ação: Intestino delgado
Principais enzimas: Tripsina
Substratos: Proteoses e peptonas
Produtos:Aminoácidos
Principais enzimas: Amilase pancreática
Substratos: Amido
Produtos: Maltose
Principais enzimas: Lipase pancreática
Substratos: Lipídios
Produtos:Ácidos graxos e glicerol

domingo, 8 de março de 2009

Histologia Animal – Estudo dos Tecidos

1. Como surgem os tecidos
Nos seres de reprodução sexuada, toas as células surgem de uma única célula, a célula-ovo. Em determinada fase o embrião é formado por apenas duas camadas de células: a ectoderme (externa, que origina o tecido que reveste o corpo e o sistema nervoso); a endoderme (interna, que origina o revestimento do tubo digestório e do sistema respiratório entre outras estruturas). Mais tarde surge uma terceira camada, a mesoderme (responsável pela produção de vários tecidos internos, como o conjuntivo, os músculos e o sangue).
2. Tecido epitelial
O tecido epitelial ou, epitélio caracteriza-se pela presença de células estreitamente unidas, com poucas substâncias intercelular. Ele reveste todas as superfícies internas e externas e forma glândulas.
2.1. Tecido epitelial de revestimento
Reveste o corpo e forra as cavidades (tubo digestório, sistemas respiratório e urinário), conferindo proteção contra atritos, invasão de microrganismos ou evaporação e servindo para absorção de alimento, oxigênio, etc.
Pode ser formado por uma camada de células (epitélio simples) ou por várias camadas (epitélio estratificado), constituído por uma camada de células com núcleos em alturas diferentes.
2.2. Tecido epitelial glandular
Resultantes da multiplicação de células epiteliais, as glândulas são agrupamentos de células especializadas na produção de substâncias úteis, as secreções. Podem ser divididas em: Exócrinas
Mantém comunicação com o epitélio do qual se originam por um canal ou ducto, pelo qual sai a secreção; exemplos: glândulas sudoríparas, sebáceas, lacrimais, salivares e mamárias.

Endócrinas
Não possuem o canal de comunicação com o epitélio de origem e lançam seus produtos, os hormônios, em capilares sanguíneos; exemplos: hipófise, tireóide, paratireóide e supra-renal.
Mistas, anfícrinas
Apresentam partes endócrinas e partes exócrinas; exemplos: pâncreas (secreção interna: insulina; externa: suco pancreático), fígado (secreção interna: proteínas; externa: bile), testículos e ovários (secreção interna: hormônios sexuais; externa: espermatozóide e óvulo).
3. Tecido muscular
O músculo é composto por feixes de células musculares envolvidos por tecido conjuntivo propriamente dito, que leva vasos sanguíneos e nervos até elas. Chamadas de fibras musculares ou, miócitos, essas células se originam da mesoderme e, por meio das miofibrilas ou miofilamentos presentes no citoplasma (chamado de sarcoplasma), são capazes de se contrair e provocar movimentos.
3.1. Tipos de tecido muscular
Existem três tipos:
Tecido muscular estriado esquelético
Formado por células cilíndricas muito compridas, que se originam da fusão de grande número de células embrionárias; por isso são plurinucleadas. Esse tecido forma os músculos esqueléticos, estão presentes no abdome, sob a pele do rosto, presos ao globo ocular. Esses músculos são voluntários.

Tecido muscular liso
Formado por células mononucleadas, sem estrias transversais, constitui a maior parte do músculo liso, presente na parede dos órgãos ocos (como tubo digestório, útero, bexiga, veias, etc), ao redor das glândulas e preso aos pêlos e ao cabelo. Suas funções são: empurrar o alimento ao longo do tubo digestório; regular o fluxo de ar para os pulmões pelo controle de diâmetro dos brônquios e dos bronquíolos; regula o fluxo de sangue por meio de controle do diâmetro dos vasos sanguíneos; regular a intensidade de luz que chega aos olhos pelo controle do diâmetro da pupila; secretar a bile da visícula biliar para o intestino; ajudar a eliminar a urina da bexiga. Portanto, esse tipo de músculo, é um músculo involuntário.

Tecido muscular estriado cardíaco
Forma o miocárdio ou músculo estriado cardíaco, localizado no coração. Suas células longas, ramificadas e mononucleadas, com estrias transversais, e contraem-se de forma involuntária, rápida e ritmada. Suas membranas estão intimamente unidas por linhas transversais, aos discos intercalares.

4. Tecido nervoso
Receber mensagens dos órgãos dos sentidos, armazenar informações, comandar respostas, fazendo os músculos ou as glândulas funcionar, e coordenar diversas funções do organismo, todas essas ações são feitas pelo sistema nervoso, formado pelo tecido nervoso.
4.1. Neurônio
No cérebro há cerca de 100 bilhões de neurônios, células altamente especializadas que se comunicam entre si e formam uma rede pela qual circulam os impulsos nervosos.
A maioria dos neurônios é constituída por uma região chamada de corpo celular ou pericário, na qual se concentram o citoplasma e o núcleo. Dela saem várias ramificações, os dendritos, que recebem mensagens dos órgãos dos sentidos ou de outros neurônios e as passam para um músculo, uma glândula ou outro neurônio através de um prolongamento maior, o axônio.
De acordo com o número de prolongamentos, os neurônios podem ser: multipolares; bipolares; unipolares ou pseudo-unipolares;
4.2 Impulso nervoso
Os animais são capazes de captar estímulos do ambiente através de estruturas especiais, os receptores, com terminações nervosas que disparam o impulso nervoso.
Para cada forma de energia, há um receptor adequado.
Na sinapse, região de contato entre dois neurônios, há uma pequena distância entre eles e a passagem do impulso nervoso é feita por substâcias químicas, os neuro-hormônios, neurotransmissores ou mediadores químicos.
4.3. Arco reflexo
Nos órgãos sensoriais, há os neurônios sensitivos, que recebem os estímulos externos. Transformados em impulso nervoso, esses estímulos são levados para ou cérebro ou para a medula e, através dos neurônios de associação ou intercalares, passam para os neurônios motores. Esse encadeamento de neurônios é chamado de arco reflexo, e o tipo de reposta involuntária e automática que ocorre quando o impulso segue esse caminho é denominado ato reflexo.
5. Tecidos conjuntivos
Originam-se das células mesenquimais, grupo de células da mesoderme que se separam e formam um tecido mole e gelatinoso no embrião, o mesênquima. Eles apresentam grande quantidade de substância intercelular, formada por fibras, e uma parte amorfa, chamada matriz extracelular.
Podemos dividi-los em:
5.1.Tecido conjuntivo propriamente dito
Situa-se abaixo do epitélio, com função de sustentação e nutrição, e em volta dos órgãos, com função de acolchoamento, preenchendo espaços e fazendo a ligação entra dois tecidos diferentes. Sua parte amorfa é uma gelatina formada por ácido hialurônico, na qual há vários tipos de células, como:
· Fibroblastos – produzem substância intercelular e originam outras células desse tecido;
· Células adiposas ou adipócitos – armazenam gordura.
· Macrófagos – fagocitam microrganismos que invadem o organismo.
· Plasmócitos – fabricam anticorpos.
· Mastócitos – produzem histamia (substância vasodilatadora) e heparina (anticoagulante).
· Colágenas - feitas de um tipo de colágeno.
· Elásticas – feitas de elastina.
· Reticulares – feitas de um tipo de colágeno associado a uma glicoproteína.
De acordo com a quantidade de fibras, o tecido conjuntivo é classificado em:
· Frouxo – apresenta poucas fibras e está espalhado por todo o corpo, preenchendo espaços e servido de apoio aos epitélios e sustentando os órgãos.
· Denso – apresenta maior concentração de fibras, o que o torna mais resistente. Encontramos na derme, baço, tendões etc.
5.2. Tecido adiposo
É um tipo de tecido especial de conjuntivo formado de células que armazenam gordura na tela subcutânea; é o amior depósito de energia do corpo. Em pessoas de massa normal, o tecido adiposo corresponde a 20% da massa corporal na mulher e 15-20% no homem.
5.3. Tecidos ósseo e cartilaginoso
Tem função de sustentação. No tecido ósseo (figura ao lado), o material intercelular é sólido, impregnado de carbonato e fosfato de cálcio e associado a uma parte orgânica constituída de uma proteína denominada osseína. Esse tecido é atravessado por canais, por onde passam, vasos sanguìneos, que levam nutrientes a células e nervos. O tecido cartilaginoso é resistente, porém flexível; não é percorrido por vasos sanguíneos nem por vasos linfáticos e nervos.
No nosso corpo encontramos cartilagens na parede das narinas, na traquéia e nos brônquios, nas extremidades das costelas, no encaixe dos ossos longos que se articulam, na orelha externa, nos discos intervertebrais e em diversos outros locais.
As cartilagens oferecem sustentação e forma, além de evitar o atrito e o desgaste entre os ossos que se articulam com movimento.
5.4. Tecido hematopoético
Tem a função de produzir as células do sangue. Está presente na medula óssea vermelha de vários ossos do esqueleto e em certos órgãos.
A medula óssea produz as hemáceas, as plaquetas e alguns tipos de leucócitos. Nos órgãos são produzidos outros tipos de leucócitos, os linfócitos.






5.5. Tecido sanguíneo
É o próprio sangue, que é formado por uma parte líquida, denominada plasma, e por células sanguíneas encontradas no plasma. Sua principal função é transportar oxigênio e substâncias nutritivas para as células e defender o organismo contra a ação dos micróbios.
5.5.1. Tipos de células sanguíneas e função
· Glóbulos vermelhos ou hemácias – transportar gases, principalmente oxigênio.
· Glóbulos brancos ou leucócitos – defender o organismo contra células invasoras, como bactérias.
· Plaquetas – necessárias para o processo de coagulação do sangue.